postado: 05/02/2016
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Azuleaders, e animação com locutor são encarados como afronta à torcida adversária.
Proibido: as animadores de torfcida do Confiança não podem alegrar a torcida.
Ditadura no futebol: torcedores não podem levar bandeiras, faixas, instrumentos ou charangas para as arquibancadas.
Nacional e internacionalmente, o futebol é um esporte que atrai multidões para os estádios e mobiliza ainda mais pessoas através de transmissões de rádio, TV aberta, TVs por assinatura e internet. Da mesma forma, tanto no Brasil, quanto em vários outros países - inclusive e, principalmente, naqueles considerados mais desenvolvidos sob uma perspectiva socioeconômica -, as partidas profissionais de futebol deixaram de ser um mero jogo entre duas equipes de agremiações diferentes, e assumiram o caráter de grande espetáculo, com shows pirotécnicos, apresentações musicais, de dança, e etc.
De olho nessa tendência, e no grande potencial comercial e financeiro que toda essa estrutura possibilita, os grandes clubes de futebol do mundo acabaram apelando para estratégias de comunicação e marketing, com o intuito de aumentar suas torcidas, atrair ainda mais pessoas para os estádios, incrementar suas receitas e proporcionar mais visibilidade não apenas para os atletas e agremiações, mas também para o universo da bola como um todo, o que fez do futebol um nicho de mercado que mobiliza milhões de pessoas, envolve uma vasta gama de profissionais de áreas distintas e movimenta muito dinheiro.
Tudo isso acabou conferindo ao esporte uma projeção que ultrapassa as barreiras dos estádios. Hoje, o futebol é muito mais que apenas 22 atletas em campo, correndo atrás de uma bola, pois se tornou um mercado bilionário.
Atento à atual e moderna realidade do esporte, o Confiança - pioneiro como sempre -, foi o primeiro grande clube sergipano a incorporar tal visão comercial e mercadológica ao futebol sergipano, o que contribuiu, em muito, para que hoje desfrutasse da condição de maior clube de futebol de Sergipe.
Atualmente, o Dragão do Bairro Industrial é clube de sergipano de maior projeção no canário nacional, além de contar com uma estrutura privilegiada em relação a muitos clubes locais e nacionais: hoje o Confiança conta com uma academia bem equipada, um vestiário supermoderno, assessoria de Comunicação própria, sala de imprensa, um departamento específico para gerenciar o programa de sócios-torcedores, e uma empresa de propaganda contratada para elaborar e gerenciar os constantes investimentos em ações de marketing, que são desenvolvidas dentro e fora de campo nos dias de jogo.
Infelizmente, o Futebol sergipano como um todo resolveu não apenas deixar de se modernizar e acompanhar as tendências mercadológicas e comerciais do futebol, como parou no tempo, e assumiu uma postura que pode ser, no mínimo, avaliada como retrógrada, quando não medieval.
Recentemente, a Diretoria do Confiança, assim como os profissionais dos departamentos de Comunicação, e Marketing, têm enfrentado muitas dificuldades para fazer em Sergipe o que os grandes clubes têm feito pelo mundo afora: transformar o futebol em um grande espetáculo.
A lista de problemas é grande, e a falta de vontade dos responsáveis em tentar solucioná-los, maior ainda. O Governo do Estado de Sergipe, assim como a Polícia Militar, transformou o futebol em uma verdadeira ditadura, proibindo a alegria da torcida, e as ações de Marketing durante os jogos: entrada de torcedores com bandeiras, charangas e instrumentos musicais, animação da torcida com locutor, dançarinas animadoras de torcida (azuleaders), danças com pompons, gravação de vídeos para redes sociais, acesso de profissionais de comunicação e marketing do clube à beira do campo, intervenções descontraídas na arquibancada com a participação dos torcedores... tudo é proibido.
Durante a última partida do Confiança pelo Estadual, contra o Boca Júnior, na noite da quarta-feira (03), o que já era absurdo ultrapassou a barreira do bom senso, e alcançou o campo do ridículo.
Numa demonstração de total despreparo, e sem qualquer justificativa plausível, ou motivo que explicasse tal atitude, o administrador da Arena Batistão, ignorando o fato de que o clube proletário detinha o mando de campo, solicitou aos profissionais da equipe de Marketing do Confiança que se retirassem do gramado, mesmo estando eles devidamente identificados com um crachá de acesso livre.
Tal atitude indignou a torcida, e a diretoria do Confiança, que devido a esses e outros desmandos, já cogita a possibilidade de realizar as partidas do Dragão pelo Campeonato Sergipano no Sabino Ribeiro, e levar o jogo entre Confiança e Flamengo para uma praça esportiva localizada em outro Estado.
“É um absurdo. Um retrocesso. Isso é uma tentativa inconstitucional de minar o Confiança, e nos impedir de levar mais alegria ao nosso torcedor. A cabeça desse povo ficou lá na idade média. Querem transformar uma partida de futebol em um evento extremamente formal e sem graça. Só posso pensar isso. O Estatuto do Torcedor exige um plano de ação para garantir a segurança nos estádios, mas proibir ações de marketing, líderes de torcida, bandeiras e instrumentos musicais nas arquibancadas é o fim da picada. O Confiança arca com os custos de segurança e segue rigorosamente tudo o que manda a lei. Em todo o mundo, e em vários estádios do Brasil, as promoções acontecem e a alegria da torcida é respeitada, menos aqui em Sergipe. É por conta de pensamentos e atitudes como estas que o futebol sergipano não evolui como poderia e deveria”, disse o presidente do Confiança, Luiz Roberto Dantas de Santana.